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4.11.15

Digital influencers e a vida de forma (muito bem) editada

Eu e Enrique. E hoje Tem vídeo nosso no canal dele: Enrique sem H

Antes de mais nada, eu queria deixar claro que TUDO tem dois lados. O bom e o ruim. Não cabe a ninguém a não ser a nós mesmos decidir qual desses lados enxergar.

Saiu uma matéria linda, muito comovente, que vocês -que já estão acostumados a acompanhar o mundo dos blogs-, devem ter visto nos compartilhamentos do facebook. Eu li a matéria no Buzz Feed (inglês) e depois o Catraca Livre publicou também (aqui). De forma muito resumida e superficial, trata-se de uma digital influencer jovem que cansou de se auto-manipular (posso usar essa expressão? Pode uma pessoa manipular a si mesma?) em suas redes sociais para parecer -entre muitas aspas- "mais bonita" e feliz do que realmente era. Uma questão de estética, talvez. Ou talvez ela tenha acordado um monstrinho que vive dentro da grande maioria das pessoas, o monstrinho da fama, que nos dias de hoje é alimentado por likes e comentários nas redes sociais. E aí ela fez um grande desabafo apagando e reeditando suas fotos do instagram para dizer que nada daquilo era real. Leiam a matéria, vale a pena.

Minha primeira reação foi: "Estou aplaudindo de pé! Que dia, que coragem! Grande garota!". Ela colocou todas as cartas na mesa e "desmascarou" uma realidade do mundo dos influencers (quando digo influencers, quero dizer bloggers, youtubers, intagramers e pessoas públicas de modo geral). E eu sei que é verdade porque conheço muita gente que faz o que ela fazia.

Depois parei para pensar e cheguei a conclusão de que ela não me representa. Assim como ela não representa milhares de pessoas que também trabalham nesse meio. E não existe uma forma de descobrir quem é de verdade e quem é de mentira. Você não sabe nem o que se passa na cabeça dos seus pais, filhos, irmão ou namorado, quiçá de uma pessoa que você acompanha nas redes sociais.

É uma questão de honestidade, antes de tudo, consigo mesmo. E esta é a coisa mais importante.
Mentir para os outros é muito fácil. Posso forjar aqui, agora, uma falsa felicidade plena, contar 1001 histórias e motivos para agradecer porque sou privilegiada, trabalho com o que eu amo, vivo ganhando mimos e as pessoas me pagam para postar uma foto usando alguma coisa. Ignorar por alguns instantes que tenho passado por crises de ansiedade e estresse, talvez um princípio de depressão e as vezes dá vontade de chutar tudo pro alto, largar tudo o que conquistei até hoje porque a rotina é difícil e eu quero me trancar no quarto para chorar quando não consigo terminar uma tarefa.

Mas a partir do momento em que eu me importo apenas em parecer mais feliz ou bonita para os outros, como se tudo sempre fosse maravilhoso, e não busco ajuda para resolver os meus problemas reais, os ignoro enquanto alimento meu ego virtualmente, eu estou traindo a mim mesma e a única prejudicada na história toda seria eu.

Primeiro passeio que fiz por causa do blog. (Post)

Ganhar 400 dólares para usar um vestido e publicar no instagram não é errado. Colocar um biquini e ir à praia só para tirar uma foto publicitária também não é errado. As vezes você está sem tempo, tem suas tarefas, o biquini não vai sair da sua gaveta, você pode voltar e aproveitar outro dia. Tirar 1001 fotos até descobrir seu melhor ângulo e perceber que gostou da primeira também não é um erro. Devemos nos preocupar com a estética da imagem que publicamos. Elas devem ter tanta qualidade quanto qualquer outro conteúdo que produzimos. Este é o nosso trabalho. Fazemos por amor, não fazemos? É óbvio que devemos dar o nosso melhor em respeito ao nosso trabalho, em respeito a vocês, que nos acompanham.

Existem coisas que são tão simples na vida de serem resolvidas! Parece que pega mal ganhar dinheiro com algumas coisas. Quando é comigo eu sempre me pergunto: Confio na tal empresa/loja? O atendimento e os produtos são de qualidade? Tem a minha cara? Eu usaria de verdade? Se todas as respostas para estas perguntas são positivas, recusar uma proposta seria muita tolice!

E eu não vou nem entrar na questão de que rede social não é vida real, né?!... Tá bom! Vou sim. Estava lendo um post no Pequenos Monstros (este) que diz o seguinte: "Você quer guardar momentos infelizes para sempre? Eu não. Suas redes sociais mostram, para você e para o mundo, só o que você quer lembrar. Da mesma forma que os álbuns da vovó só mostram a família unida, não todas as brigas que aconteciam nos almoços de domingo. Porque essas memórias ruins não valem tanto assim.".

Eu tenho a memória muito fraca e, quando releio os posts mais antigos do meu blog, sou golpeada por uma série de ótimas lembranças. Eu compartilho sobre os meus momentos ruins, mas só depois que consigo tirar algo bom ou positivo deles. 2013 foi um dos piores anos da minha vida e hoje, se eu quiser lembrar os motivos, vou ter que me esforçar MUITO! Mas os momentos bons estão eternizados graça a tecnologia.


  • Lembram do desafio #100HappyDays? Enquanto uns achavam que era forçar a barra, outros entendiam qual era a verdadeira essência do projeto: reconhecer o lado bom até nos piores dias. E para ser sincera, acho que preciso voltar a praticar.

Vocês que me acompanham, me acompanham porque gostam da minha forma de enxergar a vida, das novidades que eu compartilho, das dicas que eu passo, confiam em mim e no meu trabalho. E se tem uma coisa que eu me orgulho muito é de conseguir depositar o melhor de mim por aqui, inspirar e ajudar outras pessoas além de mim mesma e ainda conseguir uma renda a partir disso. Se não fossem outras empresas querendo se apresentar a vocês através de mim, talvez eu não teria meu computador, minha câmera, minhas lentes, não estaria morando em São Paulo e tentando melhorar e trazer mais qualidade para o blog. Ou nem blog eu teria.

Mas nunca se enganem. Todas as minhas redes sociais são uma parte editada de mim, muito bem editada. Assim como de todas as outras pessoas -as de bom senso, pelo menos-. Cada dia vocês me conhecem mais um pouquinho. Mas nunca conhecerão completamente, porque nem eu me conheço, direito. A gente se descobre todos os dias. E existem coisas que não quero compartilhar. Nem nenhuma outra pessoa.

Quando você começar a enxergar a vida de outra pessoa melhor que a sua baseada nas redes sociais, lembre-se disso. O pneu do carro delas também fura, elas também são assaltadas, perdem a hora, se revoltam, falam palavrão, tem problemas de saúde, vícios, são decepcionadas pelas pessoas mais próximas, perdem amigos, família, o cachorrinho, perdem dinheiro, perdem o celular no ônibus e não tem o mesmo devolvido, tem pesadelos e segredos guardados que morrem de medo que alguém descubra. Não é só você. Não sou só eu. Não se preocupe.



A Sally me passou esse vídeo. A Taci é um divisor de águas. Tem gente que ama e tem gente que odeia. Eu sempre senti muita verdade nela e sempre gostei do jeito positivo dela, apesar de não acompanhar os vídeos. Depois desse, eu passei a admira-la mais ainda.

Lembram da primeira frase do post?
Tudo são dois lados. Você é a única pessoa que pode filtrar a informação que recebe. Pegue os bons exemplos, as boas dicas, inspire-se, motive-se de forma positiva baseado no que o outro conta. Mas nunca tente repetir exatamente os mesmos atos. Faça do seu jeito, no seu tempo, dando o melhor de si. Isso já é o bastante para viver uma vida longa e próspera.



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